quinta-feira, 16 de maio de 2013


REZA



Creio na vida, plena, bela
creio no ser, no céu, na terra
em toda a capacidade de recomeçar, começar, se lançar
que foi concebida apenas pela vontade de viver
nasceu em mim, em você
padeceu sob os desacreditados
foi questionada, quase derrotada
não morreu, vive
está sob nossos ombros, firme
de onde não sairá 

Creio na vontade de vencer
na liberdade
na capacidade de amar
na luta
na boa vontade
na paz de espírito
amém.

sexta-feira, 29 de março de 2013

A última foto

As fotografias sempre foram uma forma de registrar cada momento que eu percebia e presenciava. Eu o fotografava mesmo quando não tinha uma câmera por perto. Fazia registros impecáveis com o olhar e os guardava na minha memória. Cada movimento, cada sorriso... Mas do que qualquer outra coisa nesse mundo, eu sabia todos os seus melhores ângulos. E isso se tornava mais fácil por ele sempre possuir os melhores.

Um dia o fotografei de uma forma diferente. Um ângulo que nunca havia visto ou observado. O melhor ou pior, talvez. Não sei definir bem, porque o momento misturou sentimentos e filmes antigos que passavam pela minha mente como flash's disparados continuamente. As suas costas sumiam através da luz que a porta do quarto emitia ao se abrir naquele domingo pela manhã. Não tinha uma câmera por perto como outras muitas vezes, mas esse foi o meu último registro com o olhar. O único daqueles,  que é impossível de apagar da minha memória. O último, mesmo o sendo, ainda não deixou de ser. E nem deixará.

domingo, 17 de março de 2013

Todas as cores de um dia lilás




Gostei de ver o céu azul 
quando se misturou com o amarelo do sol escaldante. 
Fechei os olhos e quando voltei a abrir, enxerguei o verde das árvores. 
Dos dois lados do asfalto, eu vi flores vermelhas e amarelas que com o movimento, se misturaram. 
Fui capaz de enxergar um alaranjado maravilhoso.
Senti uma paz tão grande, que o preto que me cercava, de ausência de cor, passou a ser branco quando todas as cores que eu havia visto se encontraram. 
Já o azul do céu, quando se misturou com meus pensamentos vermelhos e vivos, se tornou lilás.

domingo, 10 de março de 2013

Do hoje, me perco ainda mais



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Lapidando pensamentos
Acabei me perdendo
Não sei mais o que sou
E não acho de todo ruim

To perdida no meio do mundo
Perdi-me entre rabiscos
Ideais já não fazem parte
Palavras podem significar mais ou nada
A fé totalmente solúvel a diluir

Pessoas não achei
Algumas nem sequer procurei
E nem quero achar coisas e pessoas
Que se foram

Tudo se perdeu no tempo
Ou perdi-me nele
Ou ele perdeu-se em tudo 

Não há mais reflexo do passado
Não gosto de lembrar o que se foi
Porque se foi, foi
A ligação se rompe

Agora me perco de novo
Do novo
E já que não sei mais o que se é

Perdi-me entre os detalhes
E só me acho no futuro,
ainda mais perdida



( Débora Rosa)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Parabéns, eu.

Foto: We Heart It


Hoje, daremos adeus ao verão no Hemisfério Sul. A previsão do tempo é de sol, com pancadas de chuva à tarde (se você estiver em Recife). Ocorrerá a transição da Lua Cheia para Quarto Minguante. E caso você decida comer um peixe fresquinho, a perspectiva para a pesca é péssima o dia todo, segundo dados da Marpêche. 

Há alguns anos atrás, nesta mesma data, tinha início a Vigência do Cruzado e nascia Linus Pauling. Hoje, também se comemora o Dia Internacional das Doenças Raras. Isso não quer dizer que eu tenha nascido na época da Vigência do Cruzado ou que seja parente do Linus. E calma, não possuo nenhuma doença rara. 

Digitei no Google "28 de fevereiro" e esses foram os resultados. Depois, digitei a data seguida do ano: apareceram decretos e leis provisórias. Como não estou disposta a passar um tempo lendo textos de direito, resolvi encerrar a minha pesquisa. 

Um dia comum pra todas as outras pessoas que não colocam mais uma vela no bolo, não possui uma doença rara, não colecionam Cruzeiros e muito menos vão pescar. Todos irão trabalhar e depois chegar ao lar tarde e cansados, pegar trânsito, ter um ou dois estresses e tomar um café (ou cerveja, ou coca-cola talvez).

Eu, que sou uma dessas pessoas que choravam como loucas na maternidade no dia vinte e oito, vou fazer o mesmo que essas outras pessoas. A única diferença, é que vou ganhar uns presentinhos, uns "parabéns" ou "feliz aniversário", uns abraços dos amigos queridos, e mais um ano de idade.  

MAIS UM ANO DE IDADE... 

Bom ou ruim? BOM! ÓTIMO! A cada ano que passa, só tenho melhorado aparentemente (não que seja linda), filosoficamente, amadurecidamente, emocionalmente, equilibradamente e todos os "entes" que sejam bons de falar em aniversários. 

Odeio nostalgias e fico tímida com felicitações, mas, no fundo, bem lá no fundinho, até que é bom você saber que conseguiu passar mais um ano nesse mundão maravilhoso (não tão maravilhoso assim). E saber que ainda tem muitos outros vinte e oito’s de fevereiros para responder aquela velha pergunta: 

- Ah, tu só faz aniversário de quatro em quatro anos? 
- Não, isso é quem nasce no dia vinte e nove...